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A tradição de sentar na calçada do piauiense

Eva Núbia Cunha

A tradição toma conta dos fins de tarde dos piauienses. Rodas são formadas, conversas vão e vêm. A tranquilidade da tarde faz com que os familiares e amigos se reúnam constantemente, fazendo deste costume uma tradição, considerada um ponto de valor da cultura Piauiense.

A tradição e os costumes são marcados por diversos pontos. Para os valencianos, não se trata somente de um costume, mas sim de uma tradição bem antiga que fomenta o convívio social e familiar. Nos fins de tarde é comum observar, grupos e roda de pessoas reunidas em frente suas residências.

Para a aposentada Maria da Cruz Alves, de 68 anos, é importante relembrar os velhos momentos. “O mundo esta diferente do nosso tempo de juventude, as coisas mudaram muito. Temos apenas lembranças e muito o que conversar sobre este tempo que não volta mais”, diz ela.

Com o avanço da tecnologia e as profundas alterações do mundo moderno, antigos e tradicionais hábitos estão deixando de fazer parte da rotina da nova geração. Os jovens possui modos diferentes, eles optam pelas redes sócias e os demais meios de comunicações que a mídia tem.

Já para o patriarca aposentado Raimundo Agostinho, de 71 anos, não é necessário apenas uma calçada bem localizada, más sim o aconchego para aqueles dois dedos de prosa. “Sempre se reunirmos, e não formamos roda apenas na calçada da minha casa, mas também na casa dos outros componentes. Relembrar os tempos bons e as historias de vida é essencial, pois as coisas já não são mais como antes”, pontua.

A formação da roda é uma possibilidade metodológica para uma comunicação dinâmica e produtiva entre diversas pessoas

Este conjunto de conhecimentos e praticas vivenciados pelos valencianos, é apresentado de varias formas, porém a mídia pouco enfatiza devido ao seu olhar critico. Ao invés de focarem na forma da cultura popular como sinônimo de tradição, eles apenas a ver como um modo oposto á modernidade. Quando na verdade é mais que um modo integrador, pois é algo espontâneo, livre de cânones e leis.

Para o Comerciante, Augusto Alves de 38 anos, os assuntos são diversos, desde os atuais aos mais remotos. “Falamos sobre as diversidades de nossa cidade, sua cultura e seus novos modos.” Muitos pensam que não temos o que fazer ou que estamos sentados aqui, comentando a vida de quem vai e de quem vem.”

A falta de observação e interação, da população faz com que os mesmos sofram criticas, devido aos costumes adotados.

Tempo e geração

Há mais de 30 anos, moradores praticam esse costume. A boa convivência com os vizinhos, faz com que eles se reúnam todo fim de tarde “no mesmo horário”. Os mesmos contam que trazem isso com si, de geração em geração. Embora os jovens atualmente, não apreciam a vida desta maneira e não adquirem os nossos modos.

Tranquilidade e segurança

Colocar uma cadeira pra sentar na porta de casa é uma tradição que vem perdendo a força em muitos lugares, devido á criminalidade, afinal, não é em qualquer lugar que se pode sentar na calçada. Em Valença, esse habito ainda permanece o mesmo de 15 anos atrás, mesmo com as mudanças de comportamentos e o alto índice de violência, os valencianos ainda se sentem seguros e declaram que a cidade é calma e não possui grau de violência a ponto de ficarem trancadas e restritos .

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