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Feira de frutas: o colorido da cidade

Daniela Pereira

A feira livre de frutas de Picos localiza-se no Centro da cidade, onde concentra um número elevado de feirantes e barracas pelas ruas, ao redor do mercado publico municipal e entremeando a Segunda Maravilha do Piauí, a catedral Nossa Senhora dos Remédios.

O cultivo é uma atividade desenvolvida pelos antepassados, que plantavam para consumir em seus lares, no entanto, depois de algum tempo, a prática do cultivo mudou, pois, começaram a plantar para ser vendido na feira. Essa prática de cultivo permanece até hoje, e são postos nas cidades, incluindo Picos. A feira permanece em movimento, mesmo no momento de crise econômica do país, continua a fazer referência como uma das características culturais de Picos. Tendo em vista variáveis tipos de frutas e verduras.

Modo de viver e sobreviver

Ao amanhecer, já começa a rotina de muitos feirantes que se desloca de outras cidades da região do Piauí para conseguir o sustento da família. Cada um deles sabe a dificuldade que é ter que sair de seu território para vender frutas em outra cidade. A rotina inicia-se assim: quando chega o sábado a tarde, muitos já começam a ajeitar suas coisas para regressar a seus lares, pois, no domingo à noite, alguns dos feirantes voltam a Picos para organizar as barracas ou mesmo, esperar a carga de frutas que chegam de outros estados, como Pernambuco e Bahia.

A maratona de trabalho começa logo cedo, desde as 5 horas da manhã a feira já está funcionando e se estende até o fim do dia, ela permanece de segunda-feira a sábado. No entanto, é sofrida a trajetória de muitos que tem que passar o dia na feira, e sempre ter que fazer as refeições nela, ao mesmo tempo em que torna-se uma rotina cansativa, embora seja a única forma que o algumas pessoas encontraram para viver e, principalmente, para sobreviver.

O dia a dia

O feirante, Carlos Antônio de Sousa, que trabalha na feira há 27 anos, encomenda às frutas de outro estado, na Bahia. “Aqui é tudo comprado, é do Vale do rio São Francisco, em Juazeiro da Bahia, nada a gente cultiva”, diz, e complementa ao falar sobre movimento que diminuído devido à crise do país, conta que antigamente havia mais fregueses.

“A gente ver que tem diminuído o movimento, tanto na barraca da gente quanto aos demais, mas a gente tem que procurar adequar ao momento, sempre saber fazer aquisição dos valores menores, é saber se adequar mesmo”, indaga.

E para Carlos Antônio, a feira represente uma forma de sustentar a família “representa apenas o sustento de minha família, é uma necessidade e que foi o que deu mais certo pra mim”, explica. A barraca dele é aberta as 5h30min da manha, mas ele começa a trabalhar as 13h00min, pois é feito um revezamento com o irmão, que fica encarregado no período da manha.

É costume da população de Picos frequentarem muito a feira, pois, devido à variedade de frutas e verduras e também o preço que é menor, a demanda de produtos para o consumo passa a ser maior na freira livre. Seu Valnísio Alcides Luz, 47 anos de idade, frequenta bastante a feira, e para ele a feira tem uma grande importância para a cidade “essa feira é o coração da cidade de Picos, um dos pontos financeiro da cidade, é essa feira”, conta.

Ao falar da movimentação e da crise, Valnísio diz que diminuiu muito ao longo do tempo “a movimentação diminui bastante, o consumo também, mas os preços das frutas estão estabilizados”, relata. A feira livre tornou-se uma grande importância para a população picoense, e também na economia e na cultura e tradição da cidade. Além do mais, a feira recebe não apenas fregueses da região, como também das cidades vizinhas que costumam visitar Picos e frequentar a feira.

Satonino Jacinto de Amorim trabalha na feira há 40 anos, para ele a feira tem uma grande importância na vida dele, pois é desse trabalho que ele sobrevive “a feira representa tudo, é da feira que a gente sobrevive e ganha o “pão”, então ela é muito importante pra mim” conta. Em contrapartida, Jacinto diz que ele não foi afetado pela crise e que o movimento continua o mesmo “não tem crise não, está tudo normal, o movimento está do mesmo jeito de sempre”, diz.

O feirante encomenda às frutas de Petrolina, no Pernambuco e diz que em Picos só há cheiro-verde e alface “aqui é tudo comprado, vem lá de Petrolina, se não fosse Petrolina, aqui não tinha nada, em Picos só tem cheiro-verde e alface”, diz. E para ele, a feira é a maior do Piauí, porém, precisa ser mais organizada, no entanto, só perde para Teresina “para mim essa feira é a maior no estado do Piauí, porém, é muito desorganizada, tirando a feira de Picos, só tem Teresina sendo a maior”, conta.

Representação de cultura e tradição

A feira livre de frutas faz parte da cidade de Picos há muitos anos e busca sempre permanecer com sua tradição e cultura para a cidade. Têm em seu patrimônio, as ricas historias de vida de cada feirante que nela trabalham, pois, é da feira que muitas pessoas conseguem sobreviver e garantir uma renda para a família. E, para os picoenses, é uma importância ter essa feira na cidade, pois apesar do consumo de produtos que a feira oferece, ela representa uma parte da economia da cidade.

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