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Hélio Nunes Ferreira: uma história de amor e dedicação em busca de conhecimento

Hélio Nunes. Foto: Paloma Sene

Hélio Nunes Ferreira, hoje com 46 anos, funcionário do Banco do Brasil há vinte e cinco anos, é também e professor da Faculdade R. Sá há dez anos. É o filho mais velho de Eliseu  França e Maria José Nunes Ferreira, natural da cidade de Valença-PI, mas morou durante seus primeiros sete anos em um interior próximo à cidade.
A infância de Hélio foi bem saudável e harmoniosa. “Eu vim de uma família humilde, mas a gente foi sempre satisfeito com aquilo que a tínhamos e quando se é criança e o ambiente familiar é harmônico, isso faz com que você dê muita atenção a questão de carências materiais, a gente tinha o básico e estava satisfeito com isso”, relata o professor.
Aos sete anos de idade os seus pais resolveram mudar para cidade, para que os filhos pudessem estudar, os pais de Hélio nunca possuíram estudo e vieram de uma família de agricultores. Hélio teve uma infância normal, viveu para os estudos, brincadeiras e as vezes ajudava nos afazeres doméstico.
Ao mudar para o município de Valença, ainda menino deu início aos seus estudos, sempre estudou em escolas públicas da cidade. Hélio recorda como foi o seu primeiro dia de aula “o meu primeiro dia de escola pra mim foi um dia de terror. Eu nunca tinha sido deixado na escola ou saído de casa e a maior lembrança que eu tenho deste é que eu chorei muito, pois não era comum aquele ambiente pra mim”.
Sempre teve a convicção que seus pais saíram do interior para que ele e seus irmãos pudessem construir um futuro, então passou a se dedicar e não demorou muito para que obtivesse bons resultados na escola, isso perdurou do ensino infantil até o ensino médio.

Mas nem tudo foi tão fácil, quando Hélio cursava a sexta séria do Ensino Fundamental II, passou por grandes dificuldades na disciplina de matemática, “em relação ao estudo eu tive certa dificuldade lá no período da 6º série, uma dificuldade grande de entendimento sobre números reais, pois até então só havia trabalhado apenas com os números naturais e até ai eu tirava de letra, eu sempre gostei de matemática, eu lembro que essa foi a primeira vez sentir dificuldade em matemática e cheguei até fazer prova final na época”, explica Hélio.

O pai de Hélio tinha uma origem de homem do campo e quando foi para cidade passou a trabalhar como topógrafo prático, ele media terras, e com isso era necessário pagar um engenheiro agrônomo para realizar esse trabalho. A partir disso o bancário decidiu que quando terminasse seu ensino médio, na época ele fazia Técnico em Contabilidade, iria estudar e passar no vestibular para Agronomia para que seu pai não precisasse mais pagar outra pessoa para fazer aquele serviço. Hélio chegou a estagiar no Banco do Nordeste durante dois anos quando fazia o curso técnico, porém nunca colocou a contabilidade como primeira opção, pois estava focado em fazer Agronomia para ajudar seu pai.
Ao terminar seu curso técnico, Hélio foi para Teresina, fez cursinho preparatório para o vestibular e passou na Universidade Federal do Piauí para o então esperado curso de Agronomia e com a esperança de ajudar seu pai. Ele chegou a cursar três anos o curso de agronomia, porém percebeu as dificuldades de levar aquela vida, independentemente de questões financeiras, então Hélio adota um novo objetivo, começou a se dedicar estudar e fazer concursos.
No ano de 1992, ele passou para concurso do Banco do Brasil e  no início do ano seguinte interrompeu a sua graduação. Em março de 1993 Hélio volta para sua cidade natal para assumir seu cargo como funcionário concursado do Banco do Brasil, para ele foi um prêmio e uma satisfação de grande significância, pois voltaria para seu lar.

Após alguns anos Hélio foi transferido para uma agência da cidade de Picos-PI, no ano de 2000 começou a cursar administração e concluiu o curso em meados de 2007, ele fala que o trabalho no banco o ajudou muito na sua vida acadêmica, pois têm relações muito próximas.

Depois de um tempo voltou a ter  contato com a contabilidade. “Vim estudar contabilidade bem recente, pois dentro da administração, me especializei na área de finanças, que têm um contato muito forte com a contabilidade e gosto muito, então eu resolvi fazer contabilidade”, relata o bancário.

A profissão de professor teve início no ano de 2003, Hélio passou a dar aulas em um cursinho preparatório para concurso do Banco do Brasil, ele relata que a partir dessa experiência viu despertar o  desejo pela docência  e através de uma ex-professora, surgiu a oportunidade de lecionar na Faculdade R.Sá. Hélio recorda que todas a vezes que passava em frente à instituição falava para si mesmo que um dia daria aulas naquele local, e hoje já completou dez anos na casa.

“O maior desafio para o professor é em relação ao conhecimento, pois não é só chegar e passar o conhecimento para os alunos, mas sim o fato de estimular os alunos a quererem ir atrás desse conhecimento. E o maior desafio hoje é ter essa energia de despertar o aluno para que ele próprio adquira o conhecimento dele, apesar dos assuntos passados pelos professores”, afirma.

Hélio sempre teve  paixão pelos números e andou lado a lado com a matemática. Atualmente tornou-se estudante no curso de Bacharelado em Matemática, e explica seus motivos: “Eu quis fazer um bacharelado que tem um nível de profundidade maior para que tenha um conhecimento maior e que eu possa aplicar em pesquisas na área de finanças e contábeis e esse desejo foi o que me levou a graduação em matemática.  A matemática sempre andou junto comigo,  até a minha especialização em Administração é em finanças, que envolve matemática e eu sempre tive uma paixão enorme pelos números. Uma paixão tão forte que até a minha esposa costuma dizer que fico fazendo cálculo de tudo, realmente é uma mania que eu tenho é uma paixão pela matemática”, exalta Hélio Nunes Ferreira.

Hélio e sua esposa. Foto: Paloma Sene

Hélio é casado há 24 anos com Lila Maria Marques Moura Coelho Ferreira, possuem dois filhos, hoje já adultos. Ele nos fala que leva uma vida corrida,  mas sempre que pode, passa um tempo junto de sua família.

“A vida tem uma dimensão que a gente tem que medir diretamente a partir de cada conquista que você teve, eu não sou rico, não tenho interesse em ser rico, não tenho muito dinheiro, até por que trabalho de dia e de noite, mas eu me considero um vencedor”, afirma Hélio.
O bancário fala que é um vencedor, pois veio de uma família simples, onde seus pais lutaram para dar estudo aos seis filhos, dos quais todos possuem curso superior e cada um exerce as suas funções. “Os meus pais não tiveram estudo, não tiveram oportunidade e eles conseguiram passar isso para gente, todos terminaram seu curso, têm o seu trabalho e cada coisa na minha vida, principalmente na minha vida profissional, eu valorizo muito o esforço das coisas que eu obtive, para eu chegar aqui na faculdade não foi tão simples, eu tive que ter uma imagem construída, fazer com que alguém me visse para que pudesse fazer isso, no banco também tenho um cargo que estou há mais de 25 anos, mas eu lutei por isso e não foi fácil chegar até lá, eu considero sempre a dificuldade como a energia para gente transpor os obstáculos para atingir os objetivos”, fala orgulhosamente o professor.
Por fim, Hélio nos deixa uma mensagem de vida, afirmando que se você possui determinação, nunca desistir e estiver sempre preparado para cair e levantar, você pode ir além do que se imagina que é capaz de chegar. Hélio fala também que “O conhecimento ele existe para ser útil a sociedade e fazer o bem para pessoas”.

 

Por: Paloma Sene

Acadêmica do 2º período de Jornalismo da Faculdade R. Sá

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