Home / Destaque / Produtores em Santana do Piauí Investem na Produção do mel Orgânico

Produtores em Santana do Piauí Investem na Produção do mel Orgânico

IMG_20150906_103358702
Casa do mel (Associação dos Apicultores e Pequenos produtores santanenses). Foto : Maritana Rocha

O município de Santana do Piauí, localizado a 18 km de Picos – PI, tem crescido tanto economicamente como socialmente, com relação à produção do mel, pois este tem levado o nome da cidade para outros estados inclusive, para o exterior, graças ao apoio das parcerias com governoestadual, municipal, com a casa APIS de Picos –PI e com a  Mel COP. A rede de supermercados Wall Mart também tem demonstrado interesse no mel santanense devido a qualidade e pureza do produto, comprovada pelos testes realizados para que o mesmo pudesse ser exportado para o comercio exterior, extremamente rigoroso.

Desde os primórdios santanense o mel tem sido um produto de fonte de renda para a sobrevivência . A procura e coleta do mel já vêm de longas datas, é uma cultura de geração em geração. Antigamente o mel era colhido por pessoas que iam a procura das abelhas no mato e quando a encontrava em algum lugar colhia o mel, pois o dono era aquele que achava primeiro, não tinha equipamentos próprios.Com o passar do tempo esse cenário foi mudando e essa cultura foi se ampliando e se transformando em um grande negocio para os apicultores, criou – se uma associação filiada a casa APIS, onde atualmente o mel e depositado. O município de Santana do Piauí tem sido referencia paro outros municípios e estados com relação a cultura do mel.

ENTREVISTA

Antonio José ( secretario de agricultura). Foto > Maritana Rocha
Antonio José ( secretario de agricultura). Foto :Maritana Rocha

Para você qual a importância da produtividade do mel no município de Santana do Piauí?

O senhor Antônio Joséapicultor  e secretário de agricultura falou que o mel representa um produto muito importante em na região de Santana do PI, pelo fato de ser um produto vendável, tendo em vista que, além da comercialização no Brasil ele é exportado para o exterior; e  de certa forma  por ter contribuído na melhoria de vida dos apicultores santanense e isso favoreceu a otimização dos apicultores com a produção do mel.Ainda acrescentou queé importante  porque foi através da apicultura, conseguimos estabilizar a economia da gente, e de  qualquer forma, isso  reflete  e contribui  na economia do município.

Para o presidente da Associaçãodos Pequenos produtores de mel  em Santana do Piauí, Ronaldo José:é importante pelo fato de ser um produto vendável e  de certa forma  por ter contribuído na melhoria de vida dos apicultores santanense. Também, porque isso contribuiu na otimização dos apicultores com a produção do mel, issose deve ao apoio que a casa APIS, o poder público municipal e estadual  tem prestado.

Ronaldo José ( presidente da Associação)  Foto : Maritana Rocha
Ronaldo José ( presidente da Associação) Foto : Maritana Rocha

Quais os benefícios que a produtividade do mel trouxe a este município? E o que mudou na vida dos familiares dos apicultores?

Ronaldo José Araújo, presidente da associação dos pequenos produtores de mel, disse queos benefícios são grandestendo em vista que o mel é um produto de boa comercialização e com certeza este produto traz retorno econômico para o município. Com relação a vida familiar houve uma grande melhoria na qualidade vida, porque com essa atividade, os apicultores consegue sustentar a sua família de forma digna, tendo em vista que temos três safras durante o ano.

Para Antônio José secretário de agricultura deste município, osbenefícios vão além da rentabilidade do mel, pois essa atividade trouxe conhecimento, porque  através dela, agente tem divulgado  o nosso trabalho e as outras potencialidade que existe no município, e essa ação tem sido motivo de grandes reportagem, tanto  a respeito do mel, como da mandioca que é outra grande potencialidade santanense, inclusive a poucos dias  atrás tivemos uma equipe de jornalistas do globo rural, fazendo reportagem sobre a  mesma nas casas de farinhas de agricultores santanenses.

Como fica a produção do mel no período de estiagem? E comoos apicultores lidam com essa situação?

 AntônioJosé disse que em  alguns  anos atrás os apicultores tiveram  dificuldades para lidar com a estiagem, e principalmente nos últimos cinco anos, devido os invernos fracos, e por conta disso, houve uma diminuição na produção do mel, mais nesse ano melhorou bastante, pois  a safra aumentou significante . Atualmente temos um grupo de sócio da associação que são apicultores que migra para outros estados, por contada estiagem e do período chuvoso ser em época diferente do Piauí, por exemplo, no Maranhão o período chuvoso é do início de maio até setembro, a colheita aqui acontece de março a maio e logo após a colheita do mel aqui, o grupo de sócios migra para o Maranhão. A associação conta com oapoio da casa APIS  e da Mel Coop ( uma cooperativa a qual fazemos parte).Através dessas parcerias, os apicultores santanenses, atualmente conta com dois caminhões a serviço da associação, então neles as abelhas são transportadas para o estado do Maranhão, para a segunda colheita e logo que termine essa colheita, as abelhas são migradas para o Ceará e da lá retorna a este município no final de dezembro. Esse trabalho de transferência para outro estado foi uma solução encontrada para driblar a forte seca que tem assolado o Piauí nos últimos anos.

Transferência das colmeias mel santanense. Foto : Maritana Rocha
Transferência das colmeias mel santanense. Foto : Maritana Rocha

 Como acontece o processo de migração das abelhas?

Segundo Antônio José apicultor e secretáriode agricultura a  transferência das colmeias é possível através de uma parceria com o governo do estado que cedeu os caminhões para esse trabalho ainda no começo de 2013. Ele ainda informouque nem todas as abelhas foram migradas, ficando uma pequena parte no município de Santana. A migração delas daqui para o Maranhão é parceria com a casa APIS, do Maranhão para o Ceará é por conta do produtor.

IMG_20150906_104249503

QUANTAS SAFRAS SÃO PRODUZIDAS DURANTE O ANO?

Ronaldo José, presidente da associação disseque são três: a primeira safra é colhida aqui no Piauí, quando termina o período chuvoso no final de maio, a segunda é no estado do Maranhão do final de setembro a outubro e a terceira ocorre do final de novembro ao inicio de dezembro no Ceará.

Como acontece a comercialização do mel?

Ronaldo José, presidente da associação disse que todo mel é depositado na casa APIS. Ela comercializa e exporta para outros países, depois repassa aos apicultores o capital, conforme é vendido, pois somos sócios fieis depositário,todos nós deixamos o mel depositado na casa de extração do mel que é uma minifabricalocalizada na chapadinha da Lagoa, bem próximo a nossa cidade. O sócio não pode por si só vender o seu mel para terceiro como os atravessadores, nosso mel é rastreado e tem certo controle: tem documento, termo de garantia fornecido pelo fornecedor por conta de ser um mel orgânico. O mel é todo sobre controle ninguém pode tirar para outro município, por conta de ser depositado lá onde agente é assegurado que é a casa APIS, então elaprópria se encarrega de levar o mel para ser comercializado.

É possível viver da apicultura?

Ronaldo José, presidente da associaçãorespondeu que sim. Mais para viver exclusivimente da apicultura é necessário o apicultor ter em torno de 300 a 500 colmeias, na nossa realidade, alguns têm, então a maioria vive da apicultura e de outras atividades, mais priorizando a produção do mel, pelo o fato de gerar mais fonte de renda, por exemplo a  minha renda bruta o ano passado foi de vinte mil reais ( 20.000).

Qual a relação com a preservação do meio ambiente?

Antônio José, apicultor e secretário de agricultura disse que todos tem a preocupação com a preservação do meio ambiente esão treinados par isso. Todos cultivam a mata nativa, porque já estão cientes que a derrubada da mata traz prejuízo para o apicultor porque as abelhas se afastam.

Como funciona a mini- fabriica?

IMG_20150906_104439248
Ronaldo José presidente da Associação Foto: Maritana Rocha

Ronaldo José presidente da Associação dos Pequenos produtores de mel explicou que funciona assim: lá temos um salão que é utilizado para extração do mel, tem uma centrifuga elétrica e uma mesa desaperculadora  ,no final da safra a associação monta uma equipe de seis pessoas para desapear as melgueiras  do campo e transportá-las até a casa do mel,  lá é feita  a desaperculação do mel, em seguida  é levado  para a  centrifugação, terminado esse processo  o mel é todo  envazado e colocado em balde, tambor de 200kg fornecido pela cooperativa mel COP, depois de todo esse processo  entregamos todo  mel a casa APIS, sendo que  ela pega o mel aqui e  leva até a cooperativa em Picos – Piauí.

O que as abelhas representam para os apicultores santanensese para o município?

Antônio José apicultor e secretário de agricultura, disse que apresenta umgrande potencial na produção  do mel e de grãos , além delas produzirem o mel, produzem o pólio, o  néctar, fazem  a polinização das flores, e isso é importante e contribui para uma maior produção  mel e grãosElas também representa risco, caso não execute da forma correta  é  uma atividade que requer muito cuidado no manuseio e execução, para isso temos equipamentos próprios como: luvas, macacão, botas ,fornecidos pela casa APIS.

 

Os apicultores santanenses estão preparados para lidar com as abelhas e com o mel?

Antônio José apicultor e secretário de agricultura afirmaram:com certeza, nós tivemos várias capacitações do SEBRAE, SENAI, foram feitas por grandes orientadores,  a todos os apicultores que são ligados a associação e que é agregado a casa APIS, ou a mel cop. Foram instruídos e treinados a lidar com as abelhas, como também a casa APIS fez doação de equipamentos próprios à esta atividade, isso  facilitou  o trabalho dos apicultores santanenses, as nossas capacitações começaram desde o inicio da associação que já faz 11 anos de atuação, além do SEBRAE, tivemos e temos o apoio do prefeito municipal que sempre foi o nosso grande parceiro. Depois das capacitações, os novos apicultores que vão entrando, os que receberam treinamentos vão repassando para eles e todos fazem um bom trabalho.

 

IMG_20150906_102210524

 Além dos equipamentos disponíveis na casa do mel outros exclusivo  para os apicultores para  auxiliar  no transporte do mel até a casa do mel?    

Ronaldo José disse que existe  um grupo organizado, unido, há uma boa  parceria com a casa APIS, a Mel COP, governo estadual e municipal. Na gestão anterior do Wilson Martins, tivemos um projeto da SDR( secretaria de desenvolvimento rural) e recebemos muitos equipamentos fornecido  por intermédio da casa APIS, como: colmeias,tricírculo.Este  tem ajudado muito porque ele atende  os pequenos produtores, ás vezes o produtor tá com uma pequena quantidade de mel e não compensa fretar um carro grande para transportá-lo, por conta do valor do frete ,que  comparando com o valor do mel não dar lucro. Espero que Weliton Dias seja o nosso parceiro assim como foi Wilson Martins e como foi na sua gestão anterior.

Ronaldo Antônio José, como secretario de agricultura comoo senhor a avalia a cadeia produtiva do mel? E qual a sua contribuição?

O mel aqui no município através dessa cadeia produtiva é que tem melhorado a renda dos apicultores, e como secretario de agricultura procuro melhorar a produção. Recentemente consegui uma quantidade de caixas que foi doada aos apicultores então como secretario e apicultor, tudo que posso fazer em prol de melhoria para a produção do mel corro  atrás.

 

Maritana Rocha- Acadêmica do Curso Jornalismo Faculdade R.Sá- Picos-PI

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Veja Também

Formatos, cores e sabores: os bolos como símbolos afetivos

Momento descontraído em família, felicidade, aniversário surpresa e cozinha de casa em São Paulo. Ainda ...

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *