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Ponto de encontro no Junco: a famosa “Praça do PCC”, em Picos

Você já deve ter ouvido falar da Praça Dirceu Arcoverde. Criticada por uns e amados por outros. Mas será que a “Praça do PCC” é tudo de ruim quanto algumas pessoas falam? Ou tão boa como outras veem? Você sabe o que era ali antes de ser uma praça?

Então, a equipe de reportagem do Vem Ver o Semiárido procurou saber a história dessa praça que vem, a cada dia, fugindo dos estereótipos da sociedade picoense.

Um pouco de história

A Praça Dirceu Arcoverde foi fundada em 1979, período onde o vice-prefeito Waldemar Rodrigues assumiu a Prefeitura de Picos, depois que o prefeito Doutor Mouro faleceu.

A aposentada Maria Francisca de Jesus, 87 anos, lembra que antes de ser praça, lá era um campo de futebol de areia para garotada na década de 1946.

– Aqui, de primeiro, era um campo de futebol. Cada família que morava próximo à praça doou uma parte dos seus terrenos para a prefeitura construir a praça, relata Maria Francisca de Jesus, que doou uma parte do seu terreno para a construção da mesma.

Maria Francisca de Jesus, uma das doadoras do terreno para construir a praça – Foto: Wesley Monteiro

O morador Francisco Feliciano, de 73 anos, mais conhecido como Seu Chico, relata que, naquela época, os moradores do bairro não queriam aceitar que fosse levantada a Praça, só com muita insistência de uma parte que começaram a trabalhar nela. Ainda falou que a mão de obra foi toda por conta da prefeitura.

O terreno da Praça foi uma doação de alguns moradores que viviam ao seu redor.

– Antes de ser doado o terreno, primeiro era um campo de futebol para as crianças brincarem e logo em seguida construíram os dois colégios, diz Francisco Feliciano.

Depois de um tempo, a Praça passou a ser vandalizada. Só a partir da gestão do ex-prefeito Gil Paraibano, no ano de 2002, que a praça passou a ser cuidada e vem sendo mantida assim até hoje.

A praça ganhou o nome de PCC, pois no inicio era bastante escura e frequentada por muitos usuários de droga, ou seja, os usuários praticava sexo explicito em meio à praça. Por isso batizaram como “Praça do PCC, que significa praça do come come”.

Mas de um tempo para cá ela foi batizada novamente, pelo atual prefeito de Picos, Padre Walmir, agora significa praça da cultura e cidadania.

Sujeira, aqui não

Um jardim da praça sempre está verde e bem cuidado, Maria Francisca considera o jardim da praça bem conservado.

– O rapaz que trabalha na praça, trabalha bem, a praça sempre está limpa, diz Maria Francisca, que mora em frente à praça.

A praça fica localizada no bairro Junco e conta com uma quadra de futebol, dois coletores de lixo, uma praça de alimentação ao redor, com bares, pizzaria, restaurante, sorveteria, barraca de diversos tipos de lanches e uma fonte de água.

Fonte da praça – Foto: Wesley Monteiro

Ao lado da praça também se encontra o posto de saúde do bairro, a U.E Mario Martins e U.E Miguel Lidiano ambas escolas do Governo do Estado. A polícia sempre faz ronda pelo local. Hoje a ‘Praça do PCC’ se tornou um ponto de encontro da galera, nela sempre acontece as calouradas e palco da cultura.

Jardim da Praça do PCC – Foto: Wesley Monteiro

Ela ainda diz que a praça é bastante movimentada, mas só oferece espaço para os jovens.

– Era pra ser uma praça para os idosos e crianças passear de tardezinha, fizeram até um meio de a gente passear nela, mas com a quantidade de cadeiras e mesas dos bares à noite, fica impossível para gente andar, afirma Maria.

“Faço isso com amor”     

O vigia da Praça, Manoel José Fontes, de 50 anos, há seis, cuida do jardim e da fonte. Ele cuida como se fossem seus filhos.

– Um ponto turístico, tem a fonte, a quadra para as crianças se divertirem, frisa Manoel Fontes.

Manoel José Fontes cuidando da praça – Foto: Wesley Monteiro

Ele fala da satisfação de fazer esse trabalho, do quanto ama o que faz e sempre recebe elogios por fazer tudo direito. “Faço isso com amor”, diz Manoel, que sempre está presente na praça, até no seu dia de folga, que é a segunda-feira.

Um dos atrativos da Praça é a Fonte, que de terça a domingo é ligada por parte da manhã e a noite, sendo que durante a noite fica ligada por mais tempo, e sua água e totalmente retornável.

Ligação com a praça

A Unidade Escolar Mario Martins, que fica localizado próximo a Praça do PCC, no bairro Junco, tem uma ligação forte com a mesma, pois suas atividades físicas e culturais são realizadas na quadra da praça.

Unidade Escolar Mario Martins – Foto: Wesley Monteiro

O professor de educação física da escola, Ariel Custódio, fala que no inicio encontrou algumas dificuldades, pois o acesso na praça não era muito seguro.

– No inicio era muito complicado, nós percebemos que a quadra da praça era um ponto de encontro para usuários de drogas. Varias vezes presenciemos, afirma Ariel.

Alunos praticando as atividades na quadra do PCC – Foto: Ariel Custódio

Mas mesmo com essas dificuldades de acesso, o professor não desistiu. Hoje as atividades da escola são realizadas lá.

– Nós temos um projeto, na qual oferecemos aulas de capoeira, relacionada à cultura afro-brasileira, fazemos as atividades na Praça do PCC, relata o professor.

Em setembro deste ano, o projeto irá completar três anos de fundação. As terças e quintas acontece às aulas de capoeira na praça, onde a mesma fica bastante frequentada pela população.  

 

 Por: Anna Clara Oliveira; Junior Oliveira; Maycon Brenno; Wesley Monteiro

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