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FARINHADA RESISTE A INDUSTRIALIZAÇÃO EM SANTANA DO PIAUÍ

maritana

Ao entrar na cidade de Santana do Piauí, e comunidades vizinha no mês de julho, já é possível sentir o cheiro da mandioca, pois na sede da cidade e localidades do município existem algumas casas de farinha, a maioria delas localizadas nas serras. O cheiro e a presença da goma e da farinha são fáceis de sentir e ver, uma vez que, as casas de farinhas ficam próximas à estrada.

Apesar de existir locais na cidade de Santana em que o processo da farinhada foi industrializado com maquinários, a maioria  das tradicionais casas de farinha conserva o processo artesanal da produção da goma e da farinha dentre outros produtos da mandioca. A farinhada resiste ao tempo passando de geração em geração.

 

PERIODO DA FARINHADA EM SANTANA DO PIAUÍ

A farinhada, também conhecida como desmancha, geralmente inicia- se no mês de junho e vai de setembro a outubro.

Nessa época do ano, muitas pessoas estão trabalhando nas casas de farinha, algumas delas situadas na sede de Santana do Piauí, outras nos municípios, como Lagoa Seca e Barro.

A maioria fica situada nas serras também conhecidas como chapadas.

No domingo há um fluxo de pessoas de Santana do Piauí, às serras para trabalharem nas casas de farinha, elas retornam na sexta, ou no sábado e nesse período a cidade fica pouco movimentada.

PROCESSAMENTO DA FARINHADA

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O processo da transformação da mandioca em goma e farinha, na maioria das casas de farinha continua arcaico, ou seja, artesanal.

Segundo os depoimentos de: Manoel de Moura Rocha (Manoel Quincó) que por muitos anos foi dono de casa de farinha na chapada do jabuti, disse que a farinhada desde a antiguidade representa uma das principais atividades econômicas, pelo fato de gerar uma boa fonte de renda para as pessoas deste município. Ressaltou ainda que desde o inicio da sua lida com a farinhada até uns 5 anos atrás, época em que parou por conta da idade avançada ,preservou a forma arcaica.

Percorrendo as casas de farinha do povo deste município pude constatar essa realidade, cito como exemplo a aviamento do Senhor Antonio Borges de Moura, dentre outros. As pessoas que dialoguei e entrevistei disseram, que mesmo com os avanços tecnológicos preferem preservar a forma antiga, segundo eles desta forma a os produtos da mandioca tem melhor qualidade. Cito aqui para confirmar esta informação o nome de algumas delas: Maria Eva de Sousa (proprietária de casa de farinha), Francisco Joaquim Pereira ( trabalhador) etc

Nessas visitas constatei que ocorreu uma mudança com relação ao processo de transformação da mandioca em goma e farinha há alguns anos atrás só as mulheres raspavam mandioca, mais ao longo dos anos essa cultura vem sendo mudada, atualmente devido à escassez da mão de obra feminina, vários homens estão exercendo a função de raspador de mandioca e para constatar essa realidade é só visitar as casas de farinhadas  neste município e observar as fotos acima.

 

TRADIÇÃO CULTURAL

 

A farinhada faz parte de uma das mais antigas e importantes atividades econômicas deste município, e ao longo dos anos vem passando de geração em geração. Esta tradição secular é das mais tradicionais aqui, inclusive no estado do Piauí, apesar de tão antiga prevalece até hoje. Essa tradição é herdada dos colonizadores portugueses, pois foram eles que aprenderam a arte de transformar mandioca em goma e farinha com os índios ainda no séc. XVI.

De acordo com o entrevistado, Manoel José de Moura, vulgo Manelão da goma agricultor, dono de uma das casas de farinha,localizada na sede da cidade de Santana do Piauí, afirmou que a denominação do nome manelão da goma, foi porque ele comercializa seus produtos da mandioca, e comercializa de outros proprietários.

Afirmou ainda que lida com esse ramo, porque segue a tradição antiga dos seus pais e avôs,e também porque  com essa atividade mantêm o sustento da sua família e outros bens que adquiriu com recursos proveniente da farinhada.

Maria de Sousa Cunha (proprietária), falou da importância da preservação dessa cultura antiga.

As trabalhadoras: Iraneide da Conceição Pereira, Mauricéia Teresa dos Santos, Gislene Maria da Silva, disseram que a desmancha é uma das principais atividades geradora de renda para a sobrevivência das pessoas deste município, pois a maioria delas depende deste capital, e além da geraração de emprego e renda o município tem elevado o seu nome para outro micro e macrorregiões, inclusive pela qualidade do produto, tendo em vista que a farinha produzida aqui chegou ao conceito de uma das melhores farinhas do Piauí.

 

TRANSFORMAÇÃO DA MANDIOCA EM PRODUTOS

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Às três da madrugada, as lavadeiras da massa de mandioca já estão debruçadas sobre as redes de lavar a massa para dela extrair a goma e a farinha, utilizadas para o consumo familiar e para a comercialização.

Quando o galo canta, o processo da mandioca já se encontra bem avançado, as lavadeiras de massa já estão terminado esse processo e, logo após o café da manhã, elas já estão em meio ao cascalho raspando a mandioca, mostrando suas habilidades e destreza invejáveis.

Nos aviamentos, como a maioria das pessoas chama, acontece todo processamento da desmancha.

A mandioca sai da roça e é trazida para a casa de farinhada, onde é raspada e em seguida é cevada, transformando, assim, em uma massa que em alguns aviamentos é levada à máquina para a lavagem, e na maioria deles, é levada as redes de náilon.

Nas duas formas acontece à separação da goma da massa, sendo que esta é imprensada na prensa de ferro ou de madeira (modelo antigo). Depois de prensada, é levada ao forno a lenha ou elétrico para ser transformada em farinha e a goma até ficar em pneus, cisternas ou gamela em forma líquida.

Quando fica sólida, é separada do líquido chamada mão poeira, em seguida é lavada com água, utilizando enxadas para dissolver.

No dia seguinte, retira a água, depois coloca um pano com farinha para secar e, após alguns minutos, retirar do vasilhame e colocar para secar ao sol ou ao forno.

Depois de oito dias, ela fica seca e granuladas pronta para o consumo. No forno ela fica pronta em menos dia.

Segundo o depoimento o agricultor Antonio José de Moura, vulgo Antonio de Manoel de Ismael, antigamente só raspava mandioca mulher, atualmente pela falta da mão de obra feminina, muitos homens ocupam esta função.

 

ENVOLVIMENTO DA FAMÍLIA NA FARINHADA

Desde a antiguidade esta atividade é desenvolvida com envolvimento da família, de pessoas amigas ou conhecida.

Nas casas de farinha, trabalham aproximadamente de 15 a 20 pessoas, com algum grau de parentesco.

Além do fator econômico que gera emprego e renda para a sobrevivência, a farinada é vista como uma oportunidade de estreitar os laços de parentesco e amizade entre pessoas próximas e amigas.

Segundo Maria de Sousa Cunha, dona de uma das casas de farinha, essa é uma tradição muito boa e importante por isso deve ser preservada. ”Essa é uma atividade produtiva e dela são extraídas vários produtos, que além de servir para o consumo humano e comercialização, como é o caso da goma (tapioca) e da farinha, e também produtos que utilizados como ração para alimentar animais como, por exemplo: cascalho, crueira e leite de mandioca”, consta segundo ela, tudo da mandioca é aproveitado e, com a inovação tecnológica, ela afirmou que a partir de 2014, houve uma melhoria no trabalho das raspadeiras e do forneiro com a compra da lavadeira de massa e do forno elétrico.

Outros depoimentos são o da raspadeira de mandioca Girlene Maria da Silva e também o de José Wilson da Silva raspador de mandioca. Afirmaram que esta é uma atividade importante e indispensável, porque é um meio de sobrevivência para quem não tem um trabalho fixo, e ajuda muito no sustento da família.

José Wilson ainda complementou que para quem é solteiro já mantém certa dependência dos pais nessa época.

Outros entrevistados, como Maria Alzenir de Jesus Moura e Gilberto Borges de Moura, conhecido por Gilberto de Corró disseram que esta tarefa é gratificante, porque dependemos muito dela para ajudar no sustento familiar, a tarefa é árdua e cansativa, mas divertida por que há harmonia e alegria no trabalho.

Ao adentrar nos aviamentos logo observei essa característica citada, pois vi alegria no rosto dessas pessoas e conversas animadas.

Às três da madrugada, as lavadeiras da massa de mandioca já estão debruçadas sobre as redes de lavar a massa para dela extrair a goma e a farinha, utilizadas para o consumo familiar e para a comercialização.

Quando o galo canta, o processo da mandioca já se encontra bem avançado, as lavadeiras de massa já estão terminado esse processo e, logo após o café da manhã, elas já estão em meio ao cascalho raspando a mandioca, mostrando suas habilidades e destreza invejáveis.

Nos aviamentos, como a maioria das pessoas chama, acontece todo processamento da desmancha.

A mandioca sai da roça e é trazida para a casa de farinhada, onde é raspada e em seguida é cevada, transformando, assim, em uma massa que em alguns aviamentos é levada à máquina para a lavagem, e na maioria deles, é levada as redes de náilon.

Nas duas formas acontece à separação da goma da massa, sendo que esta é imprensada na prensa de ferro ou de madeira (modelo antigo). Depois de prensada, é levada ao forno a lenha ou elétrico para ser transformada em farinha e a goma até ficar em pneus, cisternas ou gamela em forma líquida.

Quando fica sólida, é separada do líquido chamada mão poeira, em seguida é lavada com água, utilizando enxadas para dissolver.

No dia seguinte, retira a água, depois coloca um pano com farinha para secar e, após alguns minutos, retirar do vasilhame e colocar para secar ao sol ou ao forno.

Depois de oito dias, ela fica seca e granuladas pronta para o consumo. No forno ela fica pronta em menos dia.

Segundo o depoimento o agricultor Antonio José de Moura, vulgo Antonio de Manoel de Ismael, antigamente só raspava mandioca mulher, atualmente pela falta da mão de obra feminina, muitos homens ocupam esta função.

 

ENVOLVIMENTO DA FAMÍLIA NA FARINHADA

Desde a antiguidade esta atividade é desenvolvida com envolvimento da família, de pessoas amigas ou conhecida.

Nas casas de farinha, trabalham aproximadamente de 15 a 20 pessoas, com algum grau de parentesco.

Além do fator econômico que gera emprego e renda para a sobrevivência, a farinada é vista como uma oportunidade de estreitar os laços de parentesco e amizade entre pessoas próximas e amigas.

Segundo Maria de Sousa Cunha, dona de uma das casas de farinha, essa é uma tradição muito boa e importante por isso deve ser preservada. ”Essa é uma atividade produtiva e dela são extraídas vários produtos, que além de servir para o consumo humano e comercialização, como é o caso da goma (tapioca) e da farinha, e também produtos que utilizados como ração para alimentar animais como, por exemplo: cascalho, crueira e leite de mandioca”, consta segundo ela, tudo da mandioca é aproveitado e, com a inovação tecnológica, ela afirmou que a partir de 2014, houve uma melhoria no trabalho das raspadeiras e do forneiro com a compra da lavadeira de massa e do forno elétrico.

Outros depoimentos são o da raspadeira de mandioca Girlene Maria da Silva e também o de José Wilson da Silva raspador de mandioca. Afirmaram que esta é uma atividade importante e indispensável, porque é um meio de sobrevivência para quem não tem um trabalho fixo, e ajuda muito no sustento da família.

José Wilson ainda complementou que para quem é solteiro já mantém certa dependência dos pais nessa época.

Outros entrevistados, como Maria Alzenir de Jesus Moura e Gilberto Borges de Moura, conhecido por Gilberto de Corró disseram que esta tarefa é gratificante, porque dependemos muito dela para ajudar no sustento familiar, a tarefa é árdua e cansativa, mas divertida por que há harmonia e alegria no trabalho.

Ao adentrar nos aviamentos logo observei essa característica citada, pois vi alegria no rosto dessas pessoas e conversas animadas.

IMAGENS DE APOIO

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Prensa e lavadora elétrica de massa e Cevador de mandioca

 

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Acadêmica de Jornalismo

Maritana Rocha

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